Sopsa

Sopsa é uma empresa de referência no mercado dos contentores semi-enterrados e enterrados, tendo iniciado a sua actividade em 1992 com a comercialização dos contentores “Molok”.
Sob a marca “Lasso” apresenta uma gama alargada de contentores semi-enterrados e enterrados de grande capacidade.
Estes contentores são desenvolvidos e fabricados em Portugal pela Sopsa e são utilizados por cerca de 180 câmaras municipais e mais de 1.000 empresas privadas, entre as quais alguns dos maiores operadores do sector, em Portugal, Europa e América do Norte.

Entrevista a Pedro Costa, CEO da empresa

Sendo a Sopsa uma empresa de referência no mercado dos contentores semienterrados e enterrados e tendo iniciado a sua atividade em 1992 o que mudou nestes 25 anos, nos sistemas de contentorização de resíduos?

Tendo sido pioneira nas soluções de contentorização semienterrada e enterrada de grande capacidade para deposição colectiva, a Sopsa, contribuiu activamente para a adopção deste tipo de solução de contentorização, quer no País, quer noutros mercados, e como tal a Sopsa é um agente activo desta mudança. A atestar esta mudança na tipologia da contentorização, estão os cerca de 14.000 contentores instalados pela Sopsa ao longo destes 25 anos, correspondendo a uma capacidade instalada de contentorização de aproximadamente 55 milhões de litros. Por outro lado, ao longo deste período, através do investimento em I&D, pudemos contribuir também para a evolução técnica deste tipo de soluções de contentorização.

Falando um pouco sobre a parte mais técnica dos contentores, como funcionam ? Existe algum sistema que permita saber se a capacidade do contentor esta no limite ou tem de ser verificado manualmente?

Quando falamos do funcionamento de soluções de contentorização para RSU’s , temos sempre que ter em perspetiva os diferentes tipos de utilizadores, que interagem com o equipamento :

– Os cidadãos que neles depositam os seus resíduos;

– Os operadores que são responsáveis por recolher os resíduos depositados;

– Os municípios que são normalmente os proprietários do equipamento, e são responsáveis pela disponibilização do equipamento aos cidadãos e pela sua manutenção;

Tendo em conta estes diferentes tipos de utilizadores a Sopsa definiu alguns princípios que são comuns a todas as nossas soluções de contentorização :

– Pequeno impacto urbanístico – uma vez que a maior parte do volume de contentorização se encontra enterrado, o impacto na ocupação do espaço público é reduzido;

– Maior salubridade – uma vez que os resíduos são armazenados no subsolo, o desenvolvimento de maus odores é mais lento devido às temperaturas mais baixas;

– Maior capacidade – devido à sua forma vertical, as nossas soluções permitem uma maior compactação dos resíduos pelo efeito do próprio peso, comparativamente com contentorização de superfície, originando uma maior densidade dos resíduos dentro do contentor e consequentemente uma maior capacidade de contentorização;

– Simplicidade e robustez – tratando-se de equipamentos colocados na via pública, sujeitos a uma utilização intensiva quer pelos cidadãos, quer pelos operadores, é para nós um atributo fundamental a elevada robustez e simplicidade de utilização;

A Sopsa, sob a marca Lasso, lançou uma nova geração de contentores enterrados, desenvolvida com tecnologia de ponta e desenhada para uma otimização da gestão de resíduos, com inúmeras vantagens quer ao nível estético, capacidade e manutenção. Qual a maior inovação desenvolvida pela Sopsa?

Sendo um sector com um grau de evolução tecnológica , relativamente lento, quando comparado com outros sectores, procuramos constantemente incorporar nos nossos contentores Lasso constantes inovações incrementais, provenientes quer da nossa proactividade interna , quer do constante feedback que temos dos nossos clientes e dos utilizadores dos nossos contentores. De salientar, no entanto, duas inovações:

– O Bluebee, o 1º contentor enterrado com sistema de extracção flexível (saco de elevação), incorporando princípios de funcionamento dos contentores semienterrados, nomeadamente, a elevada robustez, a grande capacidade e simplicidade de operação, mas acrescentando novos atributos como a acessibilidade e um design urbano moderno;

– O Masterbag, um sistema de extracção flexível e estanque, patenteado, que permite fazer a recolha dos lixiviados, dispensando a utilização de saco descartável;

Quais a diferenças entre os modelos de contentores “Green Bee”, “Blue Bee” e “Red Bee”? O sistema de tarifação PAYT (Pay-As-You-Throw) já se encontra implementado em alguma cidade?

As diferenças são essencialmente na componente do marco de deposição exterior, uma vez que componente de contentorização as soluções são intermutáveis entre estes diferentes modelos. O marco“Green Bee” resulta de um estudo no sentido de oferecer uma solução extremamente robusta, de baixa manutenção e de simples utilização com um preço extremamente competitivo. O marco “Blue Bee” resulta de um desenvolvimento em cooperação com o ISEP, a FEUP e o designer Henrique Cayatte, no qual foi dado um enfoque especial num design urbano e moderno. O marco “Red Bee” está optimizado para a integração com sistemas de controlo de acesso, com vista a implementação de sistemas PAYT.

No mercado nacional os sistemas PAYT aplicados a contentorização de deposição colectiva, estão ainda numa fase relativamente embrionária, mas apesar de tudo, temos já em vista a realização de alguns projectos piloto com este tipo de sistemas inteligentes. No entanto, no mercado Francês, temos estado a implementar este tipo de sistemas nos contentores Lasso desde 2013, e detemos já uma base considerável de algumas centenas de contentores Lasso com sistemas de controlo de acesso por RFID que permitem a tarifação PAYT a operar diariamente desde 2013.

Tendo sido a exportação um aposta forte, estando em mercados como o Africano e o Sul Americano, qual o peso que o mercado externo tem para a faturação anual da empresa e quais as principais diferenças que existem entre esse mercado e o mercado nacional.

Desde 2012, e na sequência da forte contracção sentida no mercado nacional, a Sopsa definiu como estratégica, a diversificação para outros mercados. No mercado internacional, o principal destino das nossas exportações é actualmente o mercado Francês. Também o Canadá começa a ter alguma representatividade e estamos a dar os primeiros passos em mercados no Norte de África, nomeadamente Argélia e Marrocos. As exportações representam actualmente cerca de 20% do nosso volume de negócios. A experiência adquirida nos mercados internacionais e concretamente no mercado Francês, foi muito positiva, e permitiu-nos dar um salto qualitativo importante pois trata-se de um mercado muito competitivo e muito exigente, e levou-nos a desenvolver novas soluções adaptadas às exigências destes mercados mais avançados.

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